quarta-feira, 12 de maio de 2010

PATRICK MORAZ


Patrick Moraz chegou ao Yes vindo do grupo Refugee, composto por Lee Jackson (baixo e voz) e Brian Davison (bateria), típica formação de trio onde as teclas absorvem o centro da ação musical. O Refugge nasceu do que sobrou da base do Nice, que era composto por Keith

Emerson (teclados), David O`List (guitarra), Brian Davison (bateria) e Lee Jackson (baixo e voz), sendo que a formação mais conhecida foi a de trio (sem David O´List).


Depois deste breve trabalho com o Refugee, que produziu apenas um disco, Patrick Moraz foi chamado por Briane Lane - empresário do Yes - para assistir uma jam com a banda. Isto acontecer em uma tarde de quarta-feira no mês de agosto do ano de 1974 na cidade de Londres. Logo no primeiro contato, Moraz ficou deslumbrado com o poderio da aparelhagem e com o robusto virtuosismo dos músicos do Yes. Realmente, foi um encontro de impacto, pois naquela época o Refugee tinha um bom público e até mesmo chegou a dar concertos para uma média de três mil fãs, mas as coisas no Yes tinham uma dimensão jamais vista pelo jovem Moraz. Tratava-se de um mega conjunto. Ele mesmo declarou para a revista Keyboard, em maio de 1991, que "devo dizer que precisei de um bocado de coragem para me sentar ao teclado e tentar acompanhá-los". É verdade que uma responsabilidade imensa lhe batia à porta. Essa mesma responsabilidade já havia recrutado o grego Vangelis para tocar no Yes antes de Patrick, e, para felicidade deste último, Vangelis não aceitou a empreitada. Patrick

Moraz teve apenas uma semana para dominar o repertório da banda, e logo depois deste período já estava na estrada com todo o time do Yes. Foi assim que ele entrou na rara música de quinteto.



Trata-se de um tecladista bastante experiente, que foi elogiado até mesmo por Rick Wakeman, na época ex-Yes. Mas o período era de tensão, pois Wakeman já havia saído do grupo. É Rick quem diz: "Pobre Moraz; eu admirava tanto seu trabalho, ele tocava com todo mundo importante na Europa; agora eu duvido que Jon e Chris o deixem desenvolver seu estilo próprio". Essa versão de Wakeman é bastante coerente com a versão que Moraz deu quando saiu do Yes em 1976. Este segundo mais importante tecladista de toda a história do

grupo entrou no Yes para marcar, com seu talento, o último verdadeiramente grande disco criado pelo quinteto. Esse tão esperado disco era o Relayer. O mundo, na época, sem saber, estava diante do último grande trabalho da segunda fase.
A posição histórica de Patrick é muito curiosa, pois ele tem um pé no último disco da fase de ouro - Relayer - e o outro pé na terceira fase. Esta oportunidade ímpar lhe rendeu a sorte de criar um disco somente seu: "The Story Of I". É neste disco solo que podemos sentir com maior precisão o talento deste músico que, infelizmente, trabalhou no Yes apenas de agosto de 1974 até novembro de 1976. Para alguns admiradores não muito bem informados, Patrick é um valor de pouco peso e puramente transitório. Esta opinião é devida a sua participação em apenas um disco; porém, muitos esquecem que Moraz tem vários discos solos de repercussão e também particupou a partir de 1978 da formação do Moody Blues.
Vejamos estes trabalhos mais de perto. No Yes, ele participou de dois discos. São eles: Relayes e Yesshows - este último contém apenas gravações de obras conhecidas, pois é uma coletânea -. Com o Moody Blues ele participou do Long Distance Voyager, Other Side Of Life, The Present e Sur La Mer. Os trabalhos solos são The Story Of I, Timecode, Co-Existence, Future Memories, Future Menories II, Patrick Moraz & Out In The Sun. Como convidado especial, ele esteve nos seguintes discos: Beginnings (Steve Howe), Fish Out Of Water (Chris Squire), Flags (Bill Bruford), Steve Howe Album (Steve Howe), Kilowatt (Kazumi Watanabe), Mainhorse (Mainhorse), Music For Piano & Drums (Bill Bruford), Perfect Timing (Kiki Dee) e Refugee (Refugee). É um currículo invejável.
Existem quatro fatores básicos que sua personalidade musical demonstra de maneira bem
transparente: 1 - Formação erudita; 2 - forte influência do jazz; 3 - amplo conhecimento da linguagem musical que lhe dá, com naturalidade, um tranquilo pocionamento em atividades como compor, dirigir, arranjar, orquestrar e executar os seus teclados. Em The Story Of I encontramos uma farta mostra deste comportamento polivalente, uma espécie de postura de músico total; 4 - o seu tão visível caráter eclético, algo que é tão comum no músico suíço, pode ser visto em sua aventura na música brasileira. SEGUE ..................
FRAGMENTO DO LIVRO ' YES - UMA RARA MÚSICA DE QUINTETO.
AUTOR; MANOEL DÉCIO ESTIGARRIBIA. PAG. 171,172.
ESTE LIVRO VC NÃO ENCONTRA NAS LIVRARIAS, APENAS DIRETAMENTE COM
O AUTOR.